Acho que ninguém tem o direito de dizer que ainda não te esqueci por falta de tentar, não quem sabe de todo o meu esforço pra te esquecer. Mas parece que a vida gosta de vomitar recordações na minha cara.
Eu to me esforçando pra sair de casa, to sim. Eu tenho tentado conhecer outros caras e até frequentar outros lugares, eu juro. Eu tenho tentado seguir a vida como se você nunca tivesse passado por ela, eu tento todo dia. Mas quando menos espero você volta a penetrar a minha cabeça como doença contagiosa.
Dia desses eu sai com um carinha. De inicio ele já lembrava você. O tom da pele, a cor do cabelo e barba por fazer, até o sorriso era parecido.
Então ele escolheu uma cafeteria pro nosso encontro e depois andar sem rumo na paulista. Alguma semelhança? Imagino que tenha passado um flashback do nosso primeiro encontro.
Eis que o mais brutal golpe é aplicado, o sujeito tem o mesmo perfume que o seu. Sei que pode pensar que é coisa da minha cabeça e tudo mais, mas você bem sabe que não é um perfume comum.
Dai em diante ficou cada vez mais difícil não lembrar de cada pedaço seu. Do toque, das veias saltadas da sua mão, das diversas pintas no seu braço. Longe de mim achar que você vai ler isso porque a vida segue e parece que só eu fiquei parada no mesmo lugar.
Eu só queria dividir essa dor com o mundo.
Quando o encontro acabou, entrei no uber, a rádio estava ‘mancomunada’ com as lembranças e uma das músicas da sua playlist começa a tocar. O choro cai e as lágrimas escorrem como água descendo da torneira.
O cara é legal, o encontro valeu a pena. Talvez a gente saia de novo, talvez não. Depois de você eu não venho tendo muita sorte, mas eu vou continuar tentando, prometo.
Doce Desabrochar 