Ela tem mania de ver receitas que nunca irá fazer.
Ela interpreta músicas como quem lê poesia e as sente como abraço de mãe.
Ela é feita de fases, assim como a lua. Um dia quer se produzir, cair na noite, beber todas, beijar várias bocas e não lembrar de nada no dia seguinte. Tem dias que ela quer ficar em casa, no conforto do seu cobertor, tomando chocolate quente e ouvindo alguma música internacional que ela não entende a letra, mas adora a melodia.
Ela ama ver o mesmo filme várias vezes e, mais que isso, ama decorar as frases e falá-las no meio do longa.
Ela se demonstra durona como uma pedra, mas no seu íntimo, releva a verdadeira manteiga derretida escondida por detrás de toda armadura que veste todo dia.
Ela sonha, meu Deus, como essa menina é sonhadora! Mas como bom paradoxo que é, sonha com os pés no chão.
Ela se apaixonada por sorrisos, faz amor com olhares despidos a caminho do trabalho, imagina histórias de amor para todos os casais que encontra no metrô.
Ela sempre diz que esta bem quando questionada, mas no fundo deseja:’’Apenas note que não estou bem e diga que tudo irá se ajeitar.’’
Ela é autêntica.
Ela, literalmente, não está nem ai para opinião alheia. Ela vai trabalhar de pantufa, vai pra balada de havaiana e passa batom vermelho para ir ao supermercado se der na telha e isso, é uma das coisas que mais admiro nela.
Eu to aqui, o tempo toda a espera dela me notar, mas ela ta preocupada demais imaginando a história das pessoas com quem ela cruza durante os dias, imaginando o motivo do sorriso, do choro. Porque afinal, como boa aspirante a escritora (como ela se define) a imaginação e o dia-a-dia são os meus melhores aliados.