Vamos falar de (in)gratidão e reciprocidade?

Quem me conhece bem sabe que pouca coisa me desestabiliza como injustiça, falta de reciprocidade e ingratidão. A terceira, em especial, me tira do eixo.

A minha cara sempre foi fechada, mas o sorriso é fácil. O humor é ácido, antes das 11h da manhã então que o diga. Sou meio ogra desde que nasci. Era durona, batia nos meninos da minha classe e nunca levei desaforo pra casa. Em contrapartida, assim como o riso, o choro também. Desconfio que existem torneiras disfarçadas de glândulas lacrimais nos meus olhos.

Eu sou uma pessoa sensível. Alguns dizem chorona e até dramática, eu prefiro sensível. Entrei numa paranoia de até pesquisar se era comum se emocionar facilmente e chorar pra extravasar os sentimentos.

Sempre fui o paradoxo personificado. Cara fechada que ri de tudo, ogra mas chorona, anti romântica mas apaixonada, desapegada que adora chamego, a que escreve um texto todo em primeira pessoa mas odeia falar de si, reclamona agradecida e afins.

Em meio as minhas inconstâncias, tem coisa que não muda e o nome disso é essência.  Eu sou grata – não, não estou falando do meme das rolezeiras. A vida me fez assim. Independente das diferenças e dos caminhos que não se cruzam mais, sempre me recordo de tudo de bom que me fizeram. Sou aquele tipo de pessoa que, mesmo puta com o mundo, acorda e agradece por tudo que tem.

Mas esse não é um texto de auto ajuda fajuta. Longe de mim. Esse texto é uma maneira de externar pensamentos que não compartilho por fazer parte das minhas epifanias internas.

Gratidão e Reciprocidade são duas coisas que andam juntas e estão no mesmo balaio. A gente tem uma tendência a querer que as pessoas tenham as mesmas posturas que nós em determinadas situações e quando isso não acontece, ficamos frustrados.

Ai entra a reciprocidade, ou falta dela.  Agimos de acordo com as ações alheias e sentimos de acordo com o que recebemos.

Ai que vem um conselho – que serve pra mim. Nós temos que fazer o que gostariam que fizessem pra gente mas sem esperar nada em troca e sem se frustrar quando a recíproca não for a mesma.  A gente se chateia, não consegue disfarçar e não fala nada pra não dar pano pra manga  mas a nossa essência não deve mudar por conta dos outros.

Hoje me peguei chateada por não esperar algumas atitudes de pessoas muito especiais. Mas a vida muda e algumas prioridades se invertem, fazer o que? Consideração não se cobra! 

Texto rabugento é bem meu modo de expor o que sinto. Me deixa! Tem gente que tira foto fazendo cosplay de Buda e posta no instagram e eu não falo nada.  Ninguém é perfeito, não é mesmo?

3 comentários em “Vamos falar de (in)gratidão e reciprocidade?

  1. “Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações. A consciência clara de que a morte não significa nada para nós proporciona a fruição da vida efêmera, sem querer acrescentar-lhe tempo infinito e eliminando o desejo de imortalidade.”
    Carta sobre a Felicidade
    Epicuro (400 anos antes de Cristo)

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