As vezes chego a me culpar por estar sozinha e “não dar oportunidade” pros caras quando me chamam pra sair. Mas, se um cara não esta disposto a me conhecer por completo e a realmente se interessar pelo o que esta atrás desse sorriso torto, não me vale o tempo.
De que adianta sair com vários caras que não querem ao menos saber como foi o seu dia e apenas te levar pra cama? Não julgo quem faz isso porque todo mundo precisa de uma dose que casualidade na vida e cada um sabe de si, mas apenas não me apetece mais.
Entre sair no sábado a noite e gastar meia dúzia de palavras com alguém de alma vazia, prefiro tomar uma garrafa de vinho na minha casa, com a minha cachorra fazendo zona e dando replay infinito em séries como How I met your mother e Friends.
No meio da maratona e já pelas tantas horas da madrugada, surge alguém nos aplicativos da vida, com uma conversa despretensiosa e cheia de segundas intenções. As taças de vinho que já perdi as contas começam a fazer efeito, mas graças a toda racionalidade que tenho – e que desaparece sempre, por sinal – da as caras e todo aquele interesse momentâneo de sair de casa e ver o que anda acontece nas noites paulistanas, some.
O que quero dizer, dando essa volta toda, é que tudo bem estar sozinha, todo mundo é um pouco sozinho mesmo. Apenas não se culpe por estar sozinha e nem faça as coisas que não quer pra ver se conhece alguém legal por ai. Amores que surgem da casualidade só acontecem em filmes de comédia romântica teen americano.
Sei que a demora na espera cansa e sei também que a pessoa que menos tem moral pra falar disso tudo sou eu, mas como ninguém vê meus surtos diários, me deixa. Me deixa aqui com minha mania de ver vídeo de receitas que nunca vou fazer; me deixa imaginando futuros hipotéticos e reescrevendo passados impossíveis de serem reescritos. Me deixa aqui sozinha.
Quem lê esse texto pode pensar que coloco todos no mesmo ‘’balaio’’, como costumo dizer. Mas, não. Não são todas pessoas que saem ao finais de semana pra balada que são vazias. Não são todos os caras que querem apenas segundas intenções. Eu sei bem.
Acontece que no auge da minha ranzinzice de 20 anos, só hoje eu quero por todo mundo no mesmo balaio, acabar meu vinho e dormir sabendo que ninguém se importa se estou realmente bem como digo estar.